Provas e Competições
PROVAS DE ESTRADA
Os Grand Tours
Apesar de existirem outras provas pelo mundo denominadas de "Grand Tour", os Grand Tours que realmente importam é o conjunto das três principais provas de longa distância em estrada da Europa: Tour de France, Giro d'Italia e Vuelta a España. Até hoje, apenas cinco ciclistas possuem títulos nas três provas: Jacques Anquetil (FRA): 5 Tours (1957, 1961, 1962, 1963, 1964), 2 Giros (1960, 1964), 1 Vuelta (1963) Felice Gimondi (ITA): 1 Tour (1965), 3 Giros (1967, 1969, 1976), 1 Vuelta (1968) Eddy Merckx (BEL): 5 Tours (1969, 1970, 1971, 1972, 1974), 5 Giros (1968, 1970, 1972, 1973, 1974), 1 Vuelta (1973) Bernard Hinault (FRA): 5 Tours (1978, 1979, 1981, 1982, 1985), 3 Giros (1980, 1982, 1985), 2 Vueltas (1978, 1983) Alberto Contador (ESP): 2 Tours (2007 e 2009), 1 Giro (2008), 1 Vuelta (2008) Tour de France (Volta da França): Ocorre anualmente em junho. É a prova ciclística mais popular e mais conhecida do mundo. Percorre estradas da França, mas costuma ter etapas em países vizinhos como Bélgica, Holanda, Alemanha etc. A prova tem uma distância total de aproximadamente 3.500km (o percurso pode mudar de ano para ano) divididos em etapas diárias durante três semanas. Hoje, todo o percurso é em asfalto, porém até o início dos anos 1960, alguns trechos eram de paralelepípedo e até mesmo terra e cascalho. Vencer um Tour de France é a consagração da carreira de qualquer ciclista profissional.
Giro d'Italia (Volta da Itália): ocorre anualmente em maio. Na Europa é tão popular quanto a Volta da França, porém nos últimos anos, devido à proximidade de datas, muitas equipes consideram o Giro como parte do treinamento para o Tour de France. Até hoje, apenas sete ciclistas venceram o Giro e o Tour na mesma temporada, sendo que o extraordinário Eddy Merckx conseguiu isso três vezes:
Fausto Coppi (ITA) : 1949, 1952 Jacques Anquetil (FRA) : 1964 Eddy Merckx (BEL) : 1970, 1972, 1974 Bernard Hinault (FRA) : 1982, 1985 Stephen Roche (IRL) : 1987 Miguel Indurain (ESP) : 1992, 1993 Marco Pantani (ITA) : 1998 Vuelta a España (Volta da Espanha): apesar de fora do calendário de muitos ciclistas de ponta, a Vuelta é uma prova bastante popular e importante na Europa. Ela ocorre anualmente em setembro. Como as outras provas do Grand Tours, dura três semanas e percorre cerca de 3.500km. A etapa que cruza o "Alto de El Angliru" nas Asturias, é considerado a escalada mais íngreme dos Grand Tours, onde o ciclista precisa vencer 1.573 m de altitude em menos de 13 km (ou quase 25% de inclinação!).
Como é feito a pontuação dos Grand Tours (clique aqui)
As Corridas Clássicas São chamadas de clássicas, as provas de estrada que duram um dia. Diversas provas pelo mundo e algumas etapas do Grand Tours fazem parte do calendário de provas clássicas, porém um ciclista ganha muito prestígio quando vence uma das cinco provas chamadas de "Monumentais" que são: Milan-Sanremo ou "La Primavera" (Itália): a primeira prova classica do ano, ocorre no mês de março desde 1907. Ronde van Vlaanderen ou Tour de Flanders (Bélgica): ocorre no início de abril desde 1913, assim como a Paris-Roubaix, é famosa por suas subidas em paralelepípedo. Paris-Roubaix (França): Prova mítica, conhecido como a "Rainha dos Classicos" e também como "O inferno do Norte". Tradicionalmente acontece uma semana após ao Ronde van Vlaanderen. A primeira corrida foi em 1896 e vencê-la é entrar no "panteão dos grandes ciclistas". Liège-Bastogne-Liège ou "La Doyenne" (A Velha) (Bélgica): é disputado no final de abril e é a prova clássica mais antiga. Sua primeira edição foi em 1892. Giro di Lombardia (Italia): Conhecido pelos italianos como "la classica delle foglie morte" acontece no mês de outubro, no outono europeu. Inicialmente se chamava Milano-Milano (1905) e mudou seu nome para Giro di Lombardia em 1907. Apenas três ciclistas conseguiram vencer todas as cinco Monumentais em suas carreiras. Coincidentemente, todos são belgas: Roger De Vlaeminck, Rik Van Looy e Eddy Merckx. O Campeonato Mundial O Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada (UCI Road World Cycling Championship), é disputado todos os anos desde 1927 em países diferentes. É uma das provas de um dia mais importantes no calendário ciclistico internacional. Seu vencedor ganha o direito de usar a camiseta "arco-íris" em outras provas até que haja um novo campeão mundial. Apesar da sua importância, seu prestígio é menor do que vencer uma Paris-Roubaix ou a Liège-Bastone, pois é considerado tecnicamente menos desafiador. Curiosamente, devido às suas características, nem sempre o vencedor dessa prova é o melhor ciclista em atividade e é bastante comum um ciclista pouco conhecido vencê-la. A Tríplice Coroa (Triple Crown) O ciclista que vencer dois dos Grand Tours (Tour de France, Giro d'Italia e Vuelta a España) e um Campeonato Mundial no mesmo ano recebe a "Tríplice Coroa". Considerado o título mais difícil do ciclismo (mais difícil do que vencer os três Grand Tours), somente dois ciclistas conseguiram esse feito: Eddie Merckx em 1974 e o irlandês Stephen Roche em 1987. Outros três quase conquistaram esse feito: o italiano Fausto Coppi em 1949 e em 1952, o francês Bernard Hinault em 1980 e o espanhol Miguel Indurain em 1993 quando terminou em segundo no Mundial atrás de um novato chamado Lance Armstrong. OUTRAS PROVAS DE ESTRADA Race Across America - RAAM O RAAM é uma corrida longa com características próprias. Ocorre anualmente desde 1982 nos EUA e é disputado por amadores e profissionais, em solo, em dupla ou por equipe de quatro ciclistas com revesamento. O objetivo é atravessar os Estados Unidos da costa do Pacífico para a costa do Atlantico (ou quase 5.000 km) no menor tempo possível. Diferentemente dos Grand Tours, ele não possui etapas e cada atleta ou equipe traça sua própria estratégia para concluir o percurso. Os atletas de ponta terminam a prova em pouco mais de 8 dias e as equipes de 4 pessoas em menos de seis dias. Audax (Randonneurs Mondiaux) O Audax não é uma corrida e sim um desafio ciclístico de longa distância voltado para amadores. O objetivo é obter brevets (ou habilitação) gradativamente para participar de percursos de até 1.200km. O atleta deve completar percursos de 200km, de 300km, de 400km e de 600km na sequência e no tempo máximo estabelecido para cada distância. Completando o ciclo num período de um ano, o ciclista recebe um brevet para participar de qualquer percurso de 1.200km realizado no mundo. No Brasil existem oficialmente provas até 600km. Já as provas de 1.200km são realizados em diversos países, sendo o mais aguardado o desafio Paris-Brest-Paris que reúne a cada quatro anos mais de 5000 atletas de todo o mundo. Outro diferencial é que é permitido a participação de qualquer tipo de bicicleta ou veículo de propulsão humana inclusive patins, patinetes, triciclos etc.. Provas Olímpicas
Provas de Estrada Disputado desde a primeira olímpiada, as provas de estrada são divididas em duas modalidades. Corrida (com no mínimo 239km para homens e 120km para mulheres) e contra-relógio (com 47km para homens e 31km para mulheres). No total, são quatro medalhas de ouro em disputa. Cross Country (XCO) (Mountain Bike) Estreiou nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996. É disputado em pista de terra com 7 a 9 km ao ar livre. As provas masculinas percorrem entre 40 e 50 km e as femininas entre 30 a 40km. O número de voltas é calculado na véspera da prova e leva em consideração as condições da trilha para que o vencedor termine a prova em torno de 2 horas. Em disputa, apenas duas medalhas de ouro (um para a prova masculina e outra para a feminina). BMX Olímpico Estreiou nos Jogos Olímpicos de Beijing em 2008 como esporte de demonstração. É disputado em pista de 350m de terra, com diversos obstáculos. Participam 8 competidores por corrida. Os quatro primeiros avançam até a final em busca da única e cobiçada medalha de ouro olímpica. Em pista (velódromo)
Provas disputado com bicicletas mono-marcha e sem freios em uma pista oval de madeira ou cimento chamada de velódromo com 250m e curvas inclinadas a 42 graus, possui diversas modalidades onde a combinação de velocidade, resistência e tática são muito importantes. As provas disputadas podem variar conforme os Jogos. Apesar de ser pouco praticado no Brasil devido a falta de pistas, é a prova que distribui o maior número de medalhas numa Olímpiada. Em Beijing, por exemplo, foram distribuídas 30 medalhas em 10 modalidades (7 masculinas e 3 femininas). Conheça as provas que foram realizadas em Beijing: Sprint (para homens e mulheres: 3 voltas): considerado a prova-rainha do ciclismo olímpico, seu vencedor recebe o título de atleta mais rápido do mundo. São três voltas disputados entre 4 competidores. Somente os últimos 200 metros são cronometrados e duram pouco mais de 10 segundos. Sprint por equipe (somente homens, 3 voltas): disputado por duas equipes com três ciclistas em lados opostos do velódromo. A equipe vencedora é aquela que conseguir colocar um dos atletas (o sprinter) da equipe em primeiro lugar após três voltas. Perseguição Individual (homens: 4000 metros, mulheres: 3000 metros): disputado por dois oponentes em lados opostos do velódromo, o objetivo é ultrapassar ou apenas obter melhor tempo que o adversário. Perseguição por equipe (somente homens): similar ao sprint por equipe, porém com equipes de quatro ciclistas em lados opostos do velódromo e em percurso de 4000m. O vencedor é a equipe (e não o sprinter) que conseguir ultrapassar a equipe adversária. Nas provas eliminatórias, a prova é decidida pelo tempo, para que as equipes fracas não atrapalhem o desempenho das equipes de ponta. Corrida por pontos (homens: 160 voltas, mulheres: 100 voltas): prova disputado por muitos ciclistas simultaneamente (normalmente 24 atletas). A cada 10 voltas é atribuido uma pontuação aos quatro primeiros colocados, além de pontos extras para quem conseguir ultrapassar o pelotão. Vence o atleta que terminar com a maior pontuação. Keirin (somente homens: 8 voltas): é uma prova de velocidade porém muito perigosa disputado por até seis ciclistas simultaneamente. Nas primeiras cinco voltas e meia (1.375m), os atletas pedalam atrás de uma bicicleta motorizada, que dita o ritmo até que os atletas cheguem aos 45km/h. Após esse momento, a moto sai da pista e os ciclistas disputam a medalha nas últimas duas voltas e meia (725m) quando atingem velocidades próximas de 70km/h. Madison ou Corrida Americana (somente homens): prova de 50km (200 voltas) disputada entre duplas. Enquanto um ciclista pedala devagar na parte alta do velódromo, um outro corre o mais rápido possível na parte baixa. Para trocar de posição, o ciclista que estava correndo rápido toca na bicicleta do outro, que passa a acelerar. A cada vinte voltas a dupla pontua, e é campeã a equipe que somar o maior número de pontos entre os que completaram o maior número de voltas. Outras provas de pista não olímpicas
As categorias olímpicas mudam com alguma frequência, então diversas provas, entre elas as disputas em bicicletas tamdem, podem ser incluídos ou retornar às Olimpíadas. Todas as provas são reconhecida pela UCI (Uniâo Ciclística Internacional). Alguns exemplos: Quilometro contra o relógio (homens) Uma prova com regras simples. A largada é individual e iniciada com a bicicleta parada. O vencedor será o atleta que percorrer quatro voltas (um quilômetro) no menor tempo. 500m contra o relógio (mulheres) É a versão feminina do quilômetro contra o relógio. São duas voltas na pista (ou 500m) para serem percorridas no menor tempo. Corrida Simples (homens 15km, mulheres 10km): corrida coletiva com 24 participantes. O vencedor é aquele que cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. Omnium: O "pentatlo" do ciclismo, foi disputado pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Vence o ciclista mais completo, o que acumular o maior número de pontos em cinco provas que são: 200m contra-relógio, corrida de 5km, 3km perseguição individual, 15km corrida por pontos e 1km contra-relógio. Corrida de uma hora: Corrida individual em velódromo, cujo objetivo é percorrer a maior distância possível em uma hora. O recorde atual, utilizando uma bicicleta de pista "tradicional" é de 49,700km obtido por Ondřej Sosenka em 2005. A UCI também tem um ranking à parte para bicicletas com design inovador, chamado de "Esforço Humano" ou recorde "absoluto". Nesse caso, o recordista é o medalhista olímpico Chris Boardman com 56,375km obtido em 1996 com uma bicicleta aerodinâmica. BMXO BMX é praticado com bicicletas de aro 24 e podemos dividir em duas especialidades: corridas e manobras (ou freestyle).
BMX Racing: Praticado em pista de terra ou pista mista similar ao utilizado pelo motocross. As provas são dividas em baterias com 4 a 8 competidores que são eliminados sucessivamente até a bateria final. Única prova de BMX que já foi disputado em Olímpiadas. No Brasil, é popularmente conhecido como bicicross. BMX Freestyle: ou estilo livre também é sub-dividido em modalidades diferenciadas conforme tipo de pista e manobras realizadas: Dirt Jumping: Praticado em rampas de terra, com alturas e distâncias variadas. O piloto executa grandes saltos com manobras no ar ou aéreas. Vertical (ou Vert): praticado em "half-pipe"s, rampas de madeira ou cimento com formato de “U”, também utilizado por skatistas e patinadores. O objetivo é executar manobras nas bordas e nos vôos para fora da rampa, também chamados de aéreos. Street: praticado nas ruas, o piloto transpõe obstaculos - que pode qualquer coisa no caminho, como escadas, corrimãos, paredes, bancos, monumentos e etc - combinando manobras do Dirt e do Vert. É precursor do Flatland e do Park. Park: praticado em percurso fechado com obstáculos que simulam tudo o que pode ser encontrados na rua acrescidos de rampas e bancadas especialmente projetadas para a prova.
Flatland: praticado em chão plano sem obstáculos ou rampas, o piloto desenvolve manobras que exigem muito equilíbrio e criatividade. A meta é executar combinações e variações de manobras seguidamente e sem interrupção. CiclocrossModalidade não praticada no Brasil, é uma prova disputada em circuito com terreno misto (asfalto, terra, lama, rampas, areia etc) e obstáculos. A primeira prova oficial foi em 1902, organizada pelo mesmo criador do Tour de France. Durante muito tempo foi disputada pelos ciclistas de estrada como treinamento no inverno para as grandes provas clássicas. Diferencia-se do Mountain Bike pois utiliza-se obrigatoriamente uma bicicleta similar ao de estrada sem suspensão, com guidões recurvados e pneus com aro 700. É bastante popular no norte da Europa e na Grã-Bretanha e vem ganhando muitos adeptos nos EUA e Canadá.
Mountain Bike
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Breve história Apesar da bicicleta já ser usada para andar na terra, foi somente nos anos 1970 que a primeira mountain bike foi criada. Tudo começou com um grupo de jovens californianos (entre eles, Gary Fischer, Tom Ritchey e Joe Breeze entre outros) que adaptavam velhas bicicletas pesadas para enfrentar as trilhas off-road nas montanhas. Somente em 1977 é que surgiu o primeiro quadro "puro-sangue", feito à mão por Joe Breeze. MTBs industrializados só surgiriam no início dos anos 80, sempre com a iniciativa desses jovens. Na época, os grandes fabricantes consideraram como um modismo passageiro, o que abriu caminho para o crescimento de novas marcas como por exemplo Trek, Specialized e Cannondale. Atualmente é o modelo de bicicleta recreacional/esportivo mais vendido no mercado mundial. Provas de Mountain Bike
Ciclismo artístico (ou ciclismo acrobático)Praticado desde o século 19 como atração em circos e shows, pode ser considerado como o avô do BMX Flatland. Mas diferentemente do Flatland, utiliza bicicletas aro 700 com rodas fixas e guidão invertido. Atualmente é modalidade esportiva reconhecido pela UCI e pelo COI. Popular na Europa, o primeiro campeonato mundial oficial foi realizado em 1956. O objetivo é executar manobras (chamadas de exercícios) numa pista plana de 11 x 14 metros. Existem provas solos, em duplas, em quartetos e em sextetos. O sistema de pontuação é similar aos da ginástica artística e da patinação artística olímpica.
Cycle Ball, Cycle Polo e Bike Polo
Poderíamos chamar o Cycle ball de "futebol de salão em bicicletas". Também chamado de "Radball", foi criado em 1893 e o primeiro campeonato mundial aconteceu em 1929. Cada time é composto de dois jogadores que se revezam no ataque e na defesa e que não podem colocar nenhuma parte do corpo no chão e nem chutar a bola. O gol mede 2 x 2 metros e somente o jogador da defesa pode colocar a mão na bola. A partida é jogada em dois tempos de 7 minutos com intervalo de 2 minutos. A quadra mede 11 x 14 metros e a bicicleta utilizada é específica para a prática do esporte.
Tão antigo quanto o Cycle Ball, o Cycle Polo como o nome sugere é similar ao polo equestre. É praticado em quatro tempos de 7,5 minutos e em campo de grama de 150 x 100 metros com times de 4 ou 6 atletas. Foi esporte olímpico em 1908 e é esporte reconhecido pela UCI. Devido a dificuldade de se encontrar espaços para praticá-lo, uma nova variação do jogo vem crescendo nas cidades que é o "Urban Bike Polo" ou "Hardcourt Bike Polo" cujo principal diferencial é a prática em quadras de basquete, de tênis ou em estacionamentos. Ainda é um esporte informal que não possui regras unificadas, mas normalmente é jogado com times de 2 ou 3 atletas utilizando bicicletas com roda fixa, tacos "feito em casa" e bola de street hockey.
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